terça-feira, 17 de abril de 2018

"É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos." Baron de la Brede et de Montesquieu*


QUAL É A IDADE IDEAL PARA ENTRAR PARA A ESCOLA PRIMÁRIA?

(…)

Posto isto, importa perceber quais são os factores que permitem perceber se a criança está preparada para ingressar na Escola Primária ou não. E eles são, basicamente, dois: a capacidade cognitiva e a maturidade.

Capacidade cognitiva
É, sem dúvida, o mais fácil de avaliar. Actualmente existem uma série de testes que permitem quantificar o Quociente de Inteligência (QI) das crianças de forma bem objectiva, pelo que não é difícil perceber se a criança tem “capacidade” ou não para acompanhar as exigências. Para além disso, com esse tipo de avaliação torna-se possível também perceber quais as áreas mais fortes e mais fracas da criança, o que ajuda a estabelecer melhor de que forma aquela criança precisa de ser estimulada.
Na prática, a maior parte das crianças ditas “condicionais” acabam por ter um QI que lhes permite, do ponto de vista cognitivo, acompanhar as outras, pelo que não costuma ser este o aspecto que mais condiciona a decisão dos pais.
Maturidade

É muito subjectiva e, como tal, não existe nenhum método muito eficaz para a avaliar. Depende de muitos aspectos que não se conseguem quantificar, pelo que é uma área onde são os pais quem melhor pode tirar conclusões. Apesar de ser possível ter uma ideia geral, nenhum profissional de saúde consegue dar uma opinião muito fundamentada em relação à maturidade de uma criança. E devia ser exactamente este o principal discriminador para decidir se a criança avança ou não…
A maturidade é algo que não se aprende, pois é “biológica”. Precisa de tempo para se desenvolver e não se adquire por imitação. Os comportamentos podem-se imitar, mas a maturidade tem que ir surgindo. E quando não está presente, as dificuldades vão-se fazer notar. Por muitas capacidades que uma criança tenha, se não tiver maturidade para entender o que se lhe ensina e o que se lhe exige, os seus resultados vão sempre ficar aquém do que ela merece e é capaz. E esta questão pode fazer a diferença entre a positiva e a negativa, como é lógico, mas pode também fazer a diferença entre um aluno ser brilhante ou “apenas” muito bom.
Assim, em jeito de conclusão, diria que a regra deveria ser que só entrariam para a Escola Primária as crianças com 6 anos já feitos. Pontualmente poderia abrir-se uma ou outra excepção, mas essa seria a decisão mais acertada para a esmagadora maioria. Não é preciso pressas, apenas respeitar o que a biologia nos diz e os estudos comprovam. Sei que haverá muita gente que discorda desta opção, mas acredito mesmo que é a mais acertada.
Todas as crianças devem ter oportunidade de usar as capacidades que têm e, para isso, precisam de maturidade e segurança. E, acredite, todas elas têm muitos anos para ser adultos, mas muito poucos para ser crianças. E atrevo-me até a dizer que é quase “criminoso” impedir que elas usufruam desses poucos anos que têm enquanto crianças…

*http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/baron-de-la-brede-et-de-montesquieu.

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