sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Bem prega Frei Tomás

A vida dá muitas voltas, e o destino às vezes escreve direito por linhas tortas.
Para os professores que sofreram na pele a campanha vergonhosa do PS de José Sócrates, acusando-os de não quererem ser avaliados no seu desempenho profissional, é difícil não sorrir perante as reacções destemperadas de alguns dos deputados menos produtivos da bancada socialista, ao saberem que a direcção do grupo parlamentar compilou os dados, públicos, referentes ao trabalho parlamentar de cada um.
E, no entanto, esta "avaliação", ao contrário da que criaram para os professores, não atribui "notas", não tem quotas para os melhores nem consequências no vencimento ou na carreira. E também não envolve quaisquer apreciações subjectivas nem tem avaliadores: baseia-se unicamente nos registos parlamentares que permitem ver quem intervém no plenário e quem fica calado, quem comparece às sessões e quem falta, quem se envolve no trabalho das comissões, apresenta projectos e toma iniciativas. Ou, pelo contrário, fica simplesmente quieto no seu cantinho à espera que o vencimento lhe caia na conta ao fim do mês.

Percebe-se que incomode a alguns deputados madraços do PS que se saiba que pouco ou nada fazem, no Parlamento, para justificar o vencimento que auferem e a confiança que neles depositaram os que lhes deram o voto. Mas ficava-lhes bem perceber o quão inaceitável é exigirem para o comum dos cidadãos aquilo que tão veementemente rejeitam quando aplicado, ainda que da forma mais branda, a eles próprios.

Sem comentários:

Enviar um comentário