quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mudar tudo para ficar tudo na mesma?


Despacho n.º 7617/2016 procede à criação de um grupo de trabalho com o objetivo de apresentar um relatório com propostas de alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, alterado pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio e respetivo enquadramento regulamentador, incluindo os mecanismos de financiamento e de apoio, com vista à implementação de medidas que promovam maior inclusão escolar dos alunos com necessidades educativas especiais.

O preâmbulo do despacho refere que o paradigma da escola inclusiva, consagrado através da aprovação da «Declaração de Salamanca», em 1994, subscrita por 92 países, entre os quais Portugal, e mais 25 organizações não-governamentais, traduz um marco civilizacional que importa consolidar e aprofundar. A Declaração invoca a necessidade dos Estados criarem condições para que todos os alunos, independentemente da funcionalidade que apresentem, possam aprender juntos, partilhando os mesmos contextos educativos, embora garantindo apoios específicos e adequados às crianças com necessidades educativas especiais (NEE). 

O XXI Governo Constitucional no seu Programa de Governo afirma o compromisso com a melhoria dos meios, recursos e condições de aprendizagem dos alunos com NEE, em contexto de ensino regular, propondo como linha de ação a aposta educativa na «Escola Inclusiva de 2.ª geração». O Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, alterado pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio, que define os apoios especializados a prestar na educação especial pré-escolar e nos ensinos básico e secundário público, particular e cooperativo, proporcionou a inclusão escolar de milhares de alunos com NEE em Portugal e permitiu ultrapassar algumas das dificuldades de aplicação do anterior regime aprovado pelo Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de agosto. 


Momentos infelizes, quem os não tem?!

Momento foi filmado num concerto dos Beatles nos anos 60.


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Em causa está um vídeo transmitido pelo canal britânico Channel 4 em que John Lennon é visto a imitar comportamentos de pessoas com deficiência motora.
O momento foi filmado num concerto dos Beatles nos anos 60 e transmitido no programa ‘It Was Alright in the 60’s’, no passado sábado. Depois disso, foi amplamente partilhado nas redes sociais e alvo de duras críticas.

terça-feira, 7 de junho de 2016

“O homem cria a ferramenta. A ferramenta recria o homem.” (Marshall McLuhan)



Os mapas mentais são ideais para se organizar e estruturar ideias. São ferramentas muito criativas para se tomarem notas e fazer a ligação entre os conceitos e as ideias.
Partindo do centro, vamos ramificando as ideias e organizando a informação com elementos gráficos.

Hoje mais do que nunca em trabalho de equipa é importante a utilização destas ferramentas para que todos possam no mesmo "local" ir construindo o mapa da ideia!



Por isso hoje deixo cinco serviços onde o podemos fazer.


mindmapping - Permite adição de imagens e a utilização de nós com diferentes cores.
mindmup - Suporta o trabalho colaborativo em tempo real. Acedido através de um browser e pode ser adicionado ao drive.
Coggle - é um serviço web muito simples para se criar mapas mentais. Necessita de uma conta google para se trabalhar nele.
mindmeister - Aplicação muito potente que permite a utilização de imagens, diferentes cores e tipos de letra. é também uma ferramenta colaborativa.
bubbl.us - Mais um serviço onde se pode criar mapas mentais, também ele acedido via web browser.


Na escola, são imensas as possibilidades que os alunos têm para usarem mapas mentais

segunda-feira, 6 de junho de 2016

O falar do concreto pode ser outra forma de retórica.(Agostinho da Silva)

Evolução dos chumbos
Metodologia
Portugal é comparado com dez países europeus que foram selecionados de acordo com semelhanças e diferenças em  cinco critérios considerados relevantes para este trabalho.
Evolução da percentagem de aluno que chumbaram pelo menos uma vez.
A Europa está claramente dividida entre os países onde se chumba muito (Holanda, França, Espanha, Portugal e Luxemburgo) e os países onde quase não se chumba (Finlândia, Suécia, Polónia, Dinamarca, República Checa e Irlanda).

Portugal faz parte dos que chumbam muito e, em 2012, cerca de 35% dos alunos com 15 anos já chumbaram pelo menos uma vez. Portugal e Espanha são os únicos países que viram a sua percentagem aumentar de cerca de 30% em 2003 para perto dos 35% em 2012, tendo-se atingido um pico em 2009. França destaca-se pelo facto de a percentagem de alunos que ficam retidos estar a diminuir, assistindo-se a uma queda acentuada: de 40% em 2003, 37% em 2009 para 28% em 2012.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Escapar às regras e dizer coisas inúteis resume bem a atitude essencialmente moderna....(Fernando Pessoa)


      «Cheguei com os pés bem assentes na terra e com quatro malas. Era eu nova na cidade. O primeiro contato com a cidade tornou-se repetitivo no primeiro dia» («Ninguém me disse», Sandra Azevedo, Jornal do Fundão,26.05.2016, p. 12).

      Como é que uma aluna de mestrado em Jornalismo na Universidade da Beira Interior cai num erro tão grosseiro? Ainda não reflectiu nem leu nada sobre esta questão?

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Haverá "uma estratégia sustentada, orientada, coerente, organizada, divulgada"?

recursos humanos

na generalidade das instituições (em particular das escolas) não conheço, não me apercebo, não vislumbro estratégia de gestão de recursos humanos;


certamente que aquando da distribuição de serviço docente deverão existir critérios, orientações, umas explicitas e conhecidas, outras nem tanto, sobre a coisa, mais não seja naquilo que uns quantos designam de perfil para (o que quer que seja);



mas uma estratégia sustentada, orientada, coerente, organizada, divulgada, eventualmente mas não necessariamente debatida, não conheço;



cada um faz o que pode, o que sabe ou simplesmente o que quer; cada um segue mais ou menos as suas orientações, com maior ou menor criatividade, flexibilidade ou ligeireza;



mas gosto de ver, neste final de ano escolar, o quanto brilham alguns olhinhos de docentes quando organizam coisas que gostam, promovem iniciativas na qual se reconhecem e assumem;



foi ver uns quantos cabisbaixos, quase que adoentados ao longo do ano, de repente, por iniciativa própria fazem a súmula dos seus trabalhos, uns quantos saem da sala de aula e dão conta do que fizeram, do gosto quer têm



e quanto é bonito ver o brilho de orgulho e satisfação no trabalho que ali está;



imaginem se existisse uma gestão de recursos humanos, das condições, capacidades, disponibilidades e vontades de ns e de outros, o que não poderia ser a escola...



quarta-feira, 1 de junho de 2016

Uma palavra é como a nota que procura outras para um acorde perfeito.(Eugénio de Andrade)


Já terminei este Milagrário Pessoal há algum tempo. É um livro sobre uma busca de palavras, uma procura em forma de viagem feita com palavras, todas muito belas. É um livro incrível, de uma beleza tocante e, ao mesmo tempo, cheio de uma luz deliciosa que acende o corpo por dentro. Iluminou-me de um deleite único. Desejei que nunca terminasse. Quando a última página chegou quis dizer a toda a gente que têm de o ler. Mas, infelizmente, um livro com tantas palavras, deixou-me vazia delas. Pelo menos das palavras merecidas, das melhores e mais perfeitas, as únicas que poderia usar para vos falar deste livro.
Por isso desisto de vos dar as minhas palavras. Mas deixo-vos outras. Algumas das minhas preferidas deste livro.
“Vou anotando nas páginas do meu Milagrário Pessoal os factos extraordinários que me sucedem, ou de que sou involuntária testemunha, dia a pós dia. É um diário de prodígios. Os milagres acontecem a cada segundo. Os melhores costumam ser discretos. Os grandes são secretos.” (Pág. 15);
“Os descendentes dos angolenses, hão-de um dia falar um português próspero, redondo e musical, e quem os ouvir talvez consiga escutar no eco de certas palavras o largo rumor do Cuanza passeando-se em direcção ao mar, o colorido piar de suas muitas aves, o zunir dos insectos, o cair das chuvas, o ribombar dos trovões, o silvo do vento soprando húmido por entre o capinzal.” (Pág. 33);
“O preconceito contra a poesia, entendida como uma distracção inútil, se não mesmo um tanto ou quanto perniciosa, vem de há muito tempo. No entanto, a poesia começou por ser uma disciplina da magia, com efeitos práticos, concretos, no quotidiano das pessoas, e desde então não mudou assim tanto.” (Pág. 41);
“As pessoas começam a definhar pela imaginação. Algumas já nascem quase mortas, ou mortas de todo, mas a tal ponto carecem de imaginação que nem dão por isso e insistem em respirar como se estivessem vivas. A mim, pelo contrário, possui-me, sem jamais esmorecer, uma imaginação furiosa. Desperta-me o coração e arrebata-o. Acende-me e alteia-me a carne murcha. Não me deixa morrer.”(Pág. 64);
Sinopse
“Iara, jovem linguista portuguesa, faz uma incrível descoberta: alguém, ou alguma coisa, está a subverter a nossa língua, a nível global, de forma insidiosa, porém avassaladora e irremediável. Maravilhada, perplexa e assustada, a jovem procura a ajuda de um professor, um velho anarquista angolano, com um passado sombrio, e os dois partem em busca de uma colecção de misteriosas palavras, que, a acreditar num documento do século XVII, teriam sido roubadas à "língua dos pássaros". Milagrário Pessoal é um romance de amor e, ao mesmo tempo, uma viagem através da história da língua portuguesa, das suas origens à actualidade, percorrendo os diferentes territórios aos quais a mesma se vem afeiçoando.

D. Quixote, 2010