sábado, 30 de abril de 2016

A nossa família sempre é assim, maior que a humanidade.(Mia Couto)


Em casa só há uma televisão, está na sala. Não há televisão à refeição, comemos na cozinha. É preciso negociar o que se quer ver e, às vezes, até há discussões.
Há dias, para meu espanto, ela explicava um termo desportivo e lamentou-se: sabia-o por ver tantas vezes os programas da Eurosport quando o irmão não a deixa assistir aos que ela gosta. Depois ele chega à sala e resmunga porque ela está sempre a ver as mesmas sitcoms – "mas eu também vi o campeonato europeu de atletismo..." – e ele lá se senta e vê-as.


Eu faço o mesmo, sento-me e vejo. Vi as séries de desenhos animados quando eles eram pequenos, vejo as sitcoms e as séries mais teen, voltamos a rever os filmes que vimos no cinema, e, a pouco e pouco, eles vêem as séries e os filmes que eu e o pai gostamos. Nós mantemo-nos actualizados e sabemos do que gostam os miúdos da idade deles, eles ganham "cultura geral" a assistir aos clássicos do cinema.



Agora, estamos a ver a "Aldeia Francesa", na RTP2, depois do telejornal. E, de repente, a Segunda Guerra é mais do que o Hitler e os campos de concentração que já conhecem de outras séries, filmes e livros – primeiro O rapaz do pijama às riscas, depois Se isto é um homem –, é a ocupação, a Resistência, o comunismo, o racionamento, a corrupção, as mulheres de classe alta aborrecidas com as suas pequenas vidas, as relações proibidas, as crianças e a escola... E é o partilhar histórias de família, daquela que não viveu a ocupação (a portuguesa, mas sofreu com a guerra) e a que viveu (a chinesa, por parte dos japoneses, os bombardeamentos, a fuga, etc). 



Se tivessemos várias televisões teríamos menos momentos de partilha, de negociação e de comunicação. Atenção, mas a harmonia nem sempre existe! Às vezes não há consenso, o aparelho desliga-se e cada um vai para o seu canto, fazer coisas mais úteis à sociedade!
BW



sexta-feira, 29 de abril de 2016

O cérebro é o parasita ou o pensionista do organismo inteiro.( Arthur Schopenhauer)

Desculpa-me por andar a ser uma educadora um bocado ausente. Entre tantos desafios que a vida coloca a um adulto, deixei-te um pouco entregue a ti próprio. Por isso, é apenas natural que estejas demasiado solto e rebelde e estejamos a ter alguns problemas por causa disso...


Mas vamos resolver isto entre os dois, sim? Agora já estou a prestar atenção e de volta ao meu papel de educadora.


Eu sei que estás programado para memorizar prioritariamente as coisas más que vão acontecendo. É a tua forma de me protegeres. Mas eu não preciso de tanta negatividade, porque nem tudo o que é mau é uma ameaça e porque, assim com tantos lembretes de que as cosias me podem doer, eu vou ficando tristonha e amargo. A partir de agora, vou conscientemente recordar-te, todos os dias, das coisas boas que também nos aconteceram, sim?


E claro que passas bastante tempo a remoer nos perigos futuros que podem andar à espreita. E são tantos, verdade? Sobretudo porque eu facilito e me ponho a ver e a ler os alertas todos de "mau tempo". E tu vais-me dizendo "Olha as doenças", "Olha o desemprego", "Olha a rejeição". 


Mas de que me serve ir atrás destes teus cenários, se pouco ou nada há que eu possa fazer a propósito do assunto? A partir de agora, vou começar a ensinar-te os princípios do realismo: sim, as coisas podem correr mal; mas também podem correr bem, e mais vale partir para a ação com base numa expectativa positiva e uma boa preparação do que derrotada de véspera, está bem?


E também percebo que, sem a minha supervisão e constante correção, vás ficando progressivamente mais stressado ao longo do dia, com as tuas áreas responsáveis por gerar ansiedade muito aceleradas.


Por isso, a partir de agora, vou ter atenção, ao longo do dia, para ir fazendo umas pequenas pausas, apenas para olhar em volta, reparar no que me rodeia, reparar em mim, no meu respirar e no pulsar do meu corpo. Assim, dou-te uns minutos espalhados ao longo do dia, para te poderes acalmar e voltar ao teu funcionamento tranquilo e alerta.


E tenho mais uma promessa para ti. Tu és muito rápido e tens um talento incrível para fazeres interpretações a propósito de tudo. E eu agradeço-te, claro, porque sem essa tua capacidade de interpretação a minha vida seria um inferno! Mas vou estar atenta para te ir indicando as interpretações que fazes que podem trazer-me problemas.


Por exemplo, quando me dizes que aquele meu amigo não gosta de estar comigo, porque sou sempre eu quem lhe telefona. Ou quando teimas comigo que o meu chefe vai pensar que eu sou um incompetente se lhe disser que tenho dúvidas a propósito do que ele me disse. Nessas alturas, prometo que te vou recordar que lá porque és capaz de pensar uma coisa, não quer dizer que ela seja verdade.



Enfim, estou de volta! Sou responsável por ti e tenho de te educar e dar atenção diária para que me ajudes a ter uma vida serena e proveitosa. Muito do meu bem-estar depende de ti e tu dependes de mim para o conseguires produzir. E, como em qualquer relação, isso exige ser cuidado regularmente.


Da tua muito amiga,
Dona


Por Madalena Lobo, direção-geral da Oficina da Psicologia

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Fique tranquilo: sempre se pode provar o contrário.(MIllôr Fernandes) 2

Alunos com a sua história

Os alunos chegam às escolas com uma história de vida e mesmo que nos custe aceitar, apesar de não justificarem tudo, não devemos desvalorizá-las.
Alguns alunos assumem um conjunto de comportamentos e atitudes longe do nível do tolerável. Ao lado da prática do absentismo escolar, sem o alicerce dos valores, recusam aceitar regras mínimas de convivência, afrontam e desrespeitam os professores, os funcionários e os próprios colegas, aliás, temos grande dificuldade em entender não só a facilidade com que recorrem à agressividade bruta, como também o seu estado de desmotivação profunda para tudo ou quase tudo.
A génese destas problemáticas não tem nada a ver com as escolas, vêm de fora para dentro. Talvez por esta razão, de modo inconsciente, olhamos para este grupo de alunos sem nos lembrarmos dos seus contextos pessoais e, como é natural, exigimos deles o mesmo ser, estar e aprender dos outros que assumem atitudes dentro dos parâmetros normais da idade. Porém, quando temos a oportunidade de conhecer, e aceitamos perceber, a história de vida de cada um deles, depois de respirarmos bem fundo, a nossa visão muda de perspetiva e ganha uma nova abrangência. 
Muitos destes alunos são personagens de histórias de vida complexas, algumas de um dramatismo comovente, membros de famílias desestruturadas, com carências de habitação condigna e subsistência básica. Alguns nasceram em berços de conflitos, deram os primeiros passos abraçados ao cheiro forte do álcool, das drogas ou sobreviveram em atmosferas de promiscuidade. Foram crescendo em ambientes de agressões físicas e psicológicas contínuas, sempre agarrados ao estômago vazio, formando a sua personalidade distantes de um colo afetivo.

São vidas tenras, mas sofridas, cheias de vivências que privilegiam o vazio de expetativas, de sonhos e de utopias, onde a escola nunca é assumida como uma prioridade, embora, paradoxalmente, a procurem como o único porto de abrigo.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Leitor: coautor do texto.(Lêdo Ivo)

Quando vejo alguém comprar um livro não consigo, sinceramente, ver no gesto um acto de consumo. Comprar um livro é, digo eu, um acto de protecção e apoio à criação. Quando um leitor compra um livro, o gesto tem duas facetas. Uma é pessoal e envolve o prazer da leitura e a conquista de conhecimento; a outra é, de facto, uma dimensão social e económica, porque na compra de um livro o leitor está a incentivar o editor, está a dizer “continua!” a um livreiro. E está, acima de tudo, a convidar o autor, senão para um almoço, pelo menos para um petisco ao fim da tarde. Esta gente, editores, livreiros e escritores, faço notar, têm fome e têm sede. É o leitor que as mata.
Ao comprar um livro, um leitor está a dar vida à criação. Para mim, todo o leitor que compra um livro é um co-criador. Quem escreve todos os dias “Os Maias”, do Eça, ou “A Ilha do Tesouro”, do Stevenson, são os leitores que o compram e os lêem. Se há coisas que procuramos na vida, mesmo involuntária e inconscientemente, e são, digo eu, conhecimento, harmonia e prazer. Tres cosas hay en la vida e são mesmo estas as três coisas, mesmo quando lhes damos outros nomes. Não conheço nenhum instrumento tão alcoolicamente poderoso, tão desbragadamente variado e tão gloriosamente democrático, para chegar a essas três coisas, como o livro.

O que irmana leitor e autor, leitor e escritor, leitor e poeta, leitor e romancista é a sede e o gosto de criação. Que essa sede e esse gosto nunca se percam, nunca pereçam. Compremos livros. O leitor que respira é o pulmão da literatura.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

AGORA NINGUÉM MAIS CERRA AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU.

Visto aqui

AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU

"E se esse poder um dia
O quiser roubar alguém
Não fica na burguesia
Volta a barriga da mãe
Volta a barriga da terra
Que em boa hora o pariu
Agora ninguém mais cerra
As portas que Abril abriu."


José Carlos Ary dos Santos
Clique para ver

domingo, 24 de abril de 2016

BOM DOMINGO!


Luís Domingo Millán (n. Alcoy2 de agosto de 1947 - Alcoy12 de febrero de 2016) es un artista que domina diferentes técnicas. La más reconocida ha sido su faceta como pintor pero también es grabadordiseñadorceramistaescultorpoetaescritor de importante reconocimiento.

sábado, 23 de abril de 2016

Ao qu'isto chegou!

Opor-se a um tratamento ou a um aborto. Gerir património. Ter uma vida independente. Casar-se. Peritos da ONU avaliaram pela primeira vez como são respeitados direitos fundamentais das pessoas com deficiência em Portugal. Muitas vezes não são.
Embora não haja dados oficiais, continua a existir em Portugal esterilização forçada de adultos com deficiência. Alguns, “legalmente incapacitados”, continuam a ser alvo, “contra sua vontade”, de interrupções da gravidez e de terapias electroconvulsivas. “Um grande número” está, de resto, sujeito a regimes de interdição ou inabilitação “e vê-se privado do exercício de certos direitos, como votar, casar-se, constituir família ou gerir bens e propriedades”. Estes factos são vistos com “preocupação” pelo comité das Nações Unidas, que esteve a avaliar como aplica Portugal a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
O comité sugere que o Estado português crie “sistemas de apoio” para que as pessoas com deficiência possam “tomar decisões” que permitam o exercício efectivo dos seus direitos. Diz que o país deve alterar os “regimes legais de tutela total e parcial” (a revisão dos regimes de interdição ou inabilitação chegou a ser considerada prioritária no ano passado, pelo Conselho de Ministros, mas não avançou). E que deve ainda “adoptar todas as medidas possíveis para assegurar que se respeita o direito ao consentimento livre, prévio e informado de tratamentos médicos”.
Os peritos pedem que seja também revista a legislação que permite que as pessoas “portadoras de anomalia psíquica” possam ser sujeitas a internamento compulsivo.
O relatório final do Comité dos Direitos das Pessoas com Deficiência relativo a Portugal foi divulgado nesta sexta-feira. Inclui recomendações que resultam de uma avaliação feita num período em que, explica-se, as “medidas de austeridade” e os cortes nos recursos disponíveis afectaram desde a educação das crianças com deficiência, até ao nível de vida das famílias.
Tudo isto num país onde, constata, as queixas que as pessoas com deficiência apresentam por discriminação — seja de que tipo for — são na sua maioria arquivadas.

Houve progressos


sexta-feira, 22 de abril de 2016

Nada é tão poderoso no mundo como uma ideia cuja oportunidade chegou.(Victor Hugo)

As Secretárias de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, e da Segurança Social, Cláudia Joaquim, inauguraram a rede nacional de balcões da inclusão, com a abertura do primeiro balcão no centro distrital de segurança social de Lisboa.
Com o objetivo de disponibilizar a todas as pessoas com deficiência ou incapacidade e às suas famílias um atendimento técnico especializado relativo a questões conexas com a área da deficiência, esta Rede inclui, entre outras áreas:
·  Respostas sociais (lares residenciais, centros de atividades ocupacionais, centros de reabilitação);
·    Emprego e apoios para empregadores, prestações sociais (subsídios e apoios);
·       Produtos de apoios e ajudas técnicas.
Inicialmente composta por seis balcões-piloto nos centros distritais de segurança social de Lisboa, Faro, Setúbal, Porto, Viseu e Vila Real, prevê-se a expansão desta Rede a outros Centros.
Para melhor adequar o atendimento e a informação nos Balcões aos seus utilizadores, prevê-se ainda a disponibilização de língua gestual e informação em braille.
O atendimento especializado, no Instituto Nacional de Reabilitação, integrará também esta Rede. 


quinta-feira, 21 de abril de 2016

Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.(Machado Assis)

À maneira dele

38 anos na companhia de Prince, um revolucionário que não era homem nem mulher; era uma coisa que nunca ninguém compreenderá

Produced, Arranged, Composed and Performed by Prince.” Pega-se em praticamente qualquer álbum de Prince publicado entre 1978 e 2016 e é isto que se lê na contracapa. As coisas foram sempre, ou quase sempre, feitas à maneira dele. Aos 19 anos persuadiu a Warner a deixar o controlo criativo, mais os direitos de publishing, nas suas mãos. Não era generosidade típica de uma corporação do entretenimento daquela época nem o é agora.

A MOISÉS DOS ESCRAVOS



Leia um texto inspirador no Expresso Diário de hoje

Fique tranquilo: sempre se pode provar o contrário. (Millôr Fernandes)



Entrada no 3º período. Começam as preocupações com as notas num processo enlouquecedor de medir as crianças por meio de números, médias, comparando-as com os colegas, distribuindo culpas, procurando soluções mágicas (como explicações intensivas ou medicamentos milagrosos). Parece que todos os problemas e soluções resumem-se aos números da pauta. Parte-se do pressuposto que o objetivo na infância é ser bom aluno, como se a vida se medisse pelos resultados escolares. Mas será que o sucesso mede-se em números? Serão esses números preditores de conquistas e bons desempenhos? Um aluno de 5 é mais inteligente que um de 2? Terá um melhor futuro? Será mais feliz? 

Não pretendo desvalorizar as notas quantitativas ou os resultados das provas escritas, mas apenas dar-lhes a importância merecida. Esta avaliação tem limitações e é redutora. Mede principalmente a capacidade para reter e reproduzir a informação dada, mas é claramente insuficiente quando queremos avaliar a criança como um todo, nas áreas cognitivas, sociais, emocionais, criativas. 
Uma criança “com sucesso” vê-se por uma atitude que exprime felicidade e entusiasmo nos vários contextos da sua vida. É uma criança que gosta de aprender, que consegue resolver problemas quotidianos e aplicar o que aprendeu noutros contextos, é curiosa, exploradora e inventiva. Gosta de mexer-se e de actividade física. De sair e conhecer coisas e pessoas novas. Com os outros cria e mantém relações afectivas, sabe interagir com colegas e adultos e tira prazer dessas relações, confia nos adultos que a rodeiam e pede ajuda quando necessita, ouve e respeita as diferentes opiniões, forma opiniões próprias e expressa-as de forma adequada. Aceita as diferenças, distingue o bem e o mal, respeita os desejos e sentimentos dos seus pares. Conhece as suas capacidades e mostra boa auto-estima, faz uma boa gestão das suas emoções, sabendo exteriorizar os seus sentimentos e lidar com eles de forma adequada. Tem uma atitude positiva face ao esforço e ao fracasso. Tem valores incutidos sobre honestidade, generosidade, humildade e capacidade de empatia. Mostra uma atitude positiva perante a vida, tem prazer no dia-a-dia, brinca, é criativa com o material, com as palavras, com as ideias e pensamentos. Tem prazer em pensar, questionar, sente que a vida é uma aventura e o esforço vale a pena e principalmente sabe que é amada pela família, pelos colegas, pelos professores e que todos de esforçam para o seu bem-estar a todos os níveis.
Tantos alunos “nota 5” a quem o facto de não ter sucesso nas outras áreas impede de avançar, de se relacionar com o mundo, de criar relações. Tantas crianças “medíocres” ou com insucesso que farão diferença positiva no mundo e naqueles que as rodeiam. O que é então uma criança bem sucedida? Porque damos tanta importância aos números e desvalorizamos outras competências? Temos um sistema de ensino que cada vez valoriza mais os números… e menos as pessoas.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Promover, combater, generalizar, inovar


Até 2018, o ensino pré-escolar abrangerá as crianças de quatro anos de idade e será preparada “a universalização aos três anos”, com base em projeções demográficas, de modo a que, em 2020, a educação pré-escolar abranja todas a crianças a partir dos três anos de idade, disse Tiago Brandão Rodrigues.

Pretende-se, com o programa do alargamento do ensino pré-escolar que, “paulatinamente, todas as crianças com cinco, quatro e três anos” tenham acesso ao pré-escolar, disse o ministro, que falava aos jornalistas, hoje, ao final da manhã, à margem da apresentação do eixo "Qualificar os portugueses", do Programa Nacional de Reformas (PNR), em que também participou o titular da pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva.

“Sabemos que, neste momento, o país tem assimetrias enormes e temos de melhorar a oferta”, reconheceu Tiago Brandão Rodrigues.

Por isso, está a ser feita “uma leitura cuidada da rede existente”, nesta área, para ser completada de modo que, “até 2020, possamos ter essa universalização do pré-escolar”, adiantou.

Com esse estudo, será possível “entender quais são as necessidades mais prementes” e, “em articulação com a rede solidária”, encontrar “respostas efetivas” para alcançar essa universalização, explicitou o governante.

“A frequência de crianças no ensino pré-escolar é estimuladora de percursos escolares com maior sucesso”, sustentou Tiago Brandão Rodrigues.

Além desta, o eixo "Qualificar os portugueses", do PNR, prevê, na área da educação, outras medidas como “a educação a tempo inteiro”, visando “proporcionar a todos o acesso a atividades de enriquecimento curricular até final do [ensino] básico, em parceria com municípios, associações e clubes locais, para proporcionar acesso mais alargado a atividades”, referiu o ministro durante a sessão, que decorreu no auditório do Conservatório de Música de Coimbra.

O reforço da ação social escolar, a progressiva gratuitidade dos manuais escolares, o desenvolvimento da educação e formação profissional são outros aspetos igualmente preconizados neste eixo do "Qualificar os portugueses", do qual também faz parte o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar.

Este programa foi anunciado no final de março e está nas fases de formação de formadores, que deverão decorrer até final de junho.

O eixo "Qualificar os portugueses" projeta ainda a modernização do sistema de ensino e dos modelos e instrumentos de aprendizagem, designadamente através da “produção e disseminação de recursos educativos digitais” e da “criação de plataformas nacionais de gestão da informação, monitorização e avaliação”, entre outras medidas.

O programa visa promover o sucesso escolar, em todos os níveis de ensino, combater o abandono escolar, generalizar o ensino secundário e inovar o sistema educativo.


Fonte: Educare por indicação de Livresco

terça-feira, 19 de abril de 2016

Sem glúten. Com sabor!

Apesar de já ter experimentado uma receita de bollicaos caseiros, quando vi esta nova receita do blog espanhol Tartas Sin Gluten com este aspecto tão irresistível, lá fui eu de novo para a cozinha. A minha versão é quase igual à original, à excepção da inclusão do psílio e do uso de leite de amêndoa e margarina para ser também sem leite. 
Com a massa já nas mãos, lembrei-me que poderia resultar igualmente bem com os lanches de fiambre. E assim foi, esta massa funciona muito bem com este tipo de texturas e já me pus a pensar em que mais a poderei aplicar. Alguma ideia?

Ingredientes:
200 gramas de farinha Proceli (em alternativa a farinha para pão Área Viva do Continente)
125 gramas de farinha Schär Mix B
175 gramas de farinha de arroz Ceifeira
4 gramas de psílio em pó Finax
230 ml de leite de amêndoa Provamel
80 gramas de açúcar
2 ovos
40 gramas de margarina Vitaquell à temperatura ambiente
1 colher de sopa de essência de baunilha
1 colher de sopa de mel
5 gramas de fermento seco
1/4 colher de chá de sal fino
Para pincelar/rechear:
1 ovo 
Tablete(s) de chocolate sem glúten

Na cuba da sua batedeira, misture bem as farinhas com o psílio, o açúcar e o fermento. Abra um buraco no meio e coloque aí leite, sal, mel, os ovos, e a essência de baunilha. Amasse por 3-4 minutos a velocidade média- é importante respeitar estes tempos. Depois, adicione a margarina e volte a bater durante quatro minutos. Forme uma bola e coloque-a numa tigela coberta e deixe levedar uma hora.

Passado esse tempo, coloque a massa entre duas folhas de papel vegetal oleadas e divida-a em porções de cerca de 100 gramas (saem cerca de 10-12 unidades). Com um rolo forme um rectângulo, no meio coloque 3 a 4 quadrados de chocolate e feche bem, para que, ao cozer, este não extravase (para fazer lanches, coloque fiambre a meio do rectângulo e dobre-o depois ao meio). Coloque os bollicaos com a abertura virada para baixo num tabuleiro forrado a papel vegetal e deixe levedar outra hora (de preferência dentro do forno desligado).

Pincele os bollicaos com um ovo batido e leve-os ao forno pré-aquecido a 180° C (calor em cima e em baixo), durante 15-18 minutos, até dourar levemente.

Depois de frios, pode congelar os bollicaos pois ficam como recém-feitos ao descongelar no micro-ondas.


segunda-feira, 18 de abril de 2016

Gratuito e útil



José Ribamar Lopes Batista Júnior
1ª Edição. Recife: Pipa Comunicação, 2016.
300p. : Il., Fig., Quadros. (e-book)
ISBN 978-85-66530-54-4
1. Educação. 2. Educação Inclusiva. 3. Identidade docente. 4. Linguística. 5. Escola.

O ebook gratuito Pesquisas em Educação Inclusiva: questões teóricas e metodológicas, do autor José Ribamar Lopes Batista Júnior, apresenta rica pesquisa social crítica sobre educação e práticas de inclusão. Entre as abordagens o autor analisa questões referentes ao Atendimento Educacional Especializado, legislação e identidade docente. Em cinco capítulos o autor descreve sua trajetórias de pesquisa na área que envolvem desde cursos de extensão e especialização até o mestrado e o doutorado.

domingo, 17 de abril de 2016

BOM DOMINGO!

José Domingo Estrada (Amatitlán, 21 de diciembre de 1855- 9 de agosto de 1901) fue un poeta y diplomático guatemalteco. Fue secretario del Consejo de Estado (Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
Estrada fue hijo de Arcadio Estrada y Rafaela Villacorta de Estrada. Se graduó de Bachiller en Filosofía, en 1871. Posteriormente, realizó estudios en la Facultad de Derecho, donde se graduó de Abogado en 1887, pero no ejerció dicha profesión (Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
Desempeñó los cargos de Secretario del Consejo de Estado, Catedrático de la Facultad de Derecho, Subsecretario del Ministerio de Fomento, diputado y Cónsul de Guatemala en San Francisco -California, Estados Unidos- y en París –Francia-(Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
Sus dotes de escritor se revelaron en los artículos que publicaba en la revista literaria El Porvenir y en la Revista de la Universidad de Guatemala. Mantuvo una leal y entrañable amistad con la poetisa María Cruz (Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
La crítica literaria considera que la mejor traducción del poema Las Campanas, de Edgar Allan Poe es la que Estrada realizó. También trasladó al castellano Les Djinns, El Resucitado y el poema XXVIII de Les Orientales, de Víctor Hugo (Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
El Gobierno de Manuel Estrada Cabrera lo destituyó del cargo de Cónsul General en París, aunque posteriormente lo nombró Secretario de la Legación de Francia. A manera de homenaje, sus mejores poemas se publicaron en un volumen titulado Poesías -1902- (Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
Murió el 9 de agosto de 1901, en París, solo y abandonado. Por iniciativa de Carlos Martínez Durán, Rector de laUniversidad de San Carlos, sus restos, junto con los de Fernando Cruz, fueron repatriados en 1960 (Diccionario Histórico Biográfico, 2004).
Referencias bibliográficas
·         Asociación de Amigos del País (2004). Diccionario Histórico Biográfico de Guatemala. Guatemala. Editorial:Amigos del País, Guatemala.

sábado, 16 de abril de 2016

P'ra pior, bastava assim

Ministério põe novas condições para a redução de turmas com alunos com NEE, uma medida que vai prejudicar o percurso destes estudantes, alerta docente de educação especial
O Ministério da Educação (ME) não só não diminuiu o número de alunos por sala, como defendido no programa do Governo, como tornou mais difícil a redução das turmas que incluam alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). É o que resulta do despacho que estabelece as regras sobre as matrículas e a constituição de turmas no próximo ano lectivo, publicado nesta quinta-feira em Diário da República.
Neste diploma determina-se que a redução das turmas com alunos com NEE só se poderá concretizar se estes permanecerem nas salas de aula “pelo menos 60% do seu tempo curricular”, o que será válido desde o pré-escolar até ao 3.º ciclo. Muitos dos estudantes com NEE precisam de apoios especializados que são prestados fora da sala de aula. Até agora, as turmas com estudantes com NEE só poderiam ter um total de 20 alunos, não havendo outros critérios para que esta redução se efectivasse. O objectivo é o de garantir que os professores tenham mais disponibilidade para acompanhar estes alunos, no seu ritmo.
Para o professor de educação especial e autor do blogue Incluso, João Adelino Santos, a nova condição imposta pelo ME é "uma medida puramente administrativa para limitar ao máximo a constituição das designadas turmas reduzidas”. Em resposta ao PÚBLICO por e-mail, este docente diz também que se “trata uma medida hipócrita porque continua a encarar os alunos como um ‘número’, em vez de os considerar enquanto pessoas, ainda que com limitações e singularidades, mas com necessidades ao nível da organização da turma”. “Os assuntos educativos devem ser encarados com humanismo, sobretudo aqueles que se referem a alunos já por si fragilizados e mais vulneráveis”, defende.
“Um aluno pode não estar 60% integrado na turma mas, no restante, pode requerer um apoio individualizado por parte do docente da disciplina, implicando, assim, redução de turma, tal como determinado no seu programa educativo individual”, frisa. Na última avaliação que fez à situação do ensino especial nas escolas, datada de 2012/2013, que abrangeu 97 estabelecimentos de ensino com um total de 6566 (4,5%) de alunos sinalizados com NEE, a Inspecção-Geral da Educação e Ciência dava conta de que 30,54% deles têm apoios especializados fora das suas escolas, durante o tempo curricular.  
João Adelino Santos apresenta outros exemplos referentes aos alunos com currículo específico individual, a medida adoptada para os casos mais severos, onde se substituem as competências definidas para cada nível de educação para adaptá-las às características e necessidades de cada aluno. Como explica aquele docente, por norma, a partir do 2.º ciclo do ensino básico, “estes alunos frequentam essencialmente as disciplinas de expressões (educação visual; educação tecnológica; educação física; educação musical). Na eventualidade do aluno frequentar apenas educação visual, educação tecnológica, educação musical e educação física, está integrado na turma cerca de 32% do tempo, logo, não dá direito a turma reduzida”.
Considera-se que um aluno tem necessidades educativas especiais quando apresenta dificuldades no processo de aprendizagem e participação, devendo nestes casos ser apoiados pela educação especial. Há as chamadas NEE de carácter temporário, onde se incluem os alunos com problemas ligeiros de desenvolvimento ou de aprendizagem, e as permanentes, onde se incluem os alunos com deficiência mental, com problemas de cegueira e de surdez, entre outros.
Segundo dados provisórios da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, no presente ano lectivo, o número de alunos sinalizados com NEE que estão a estudar em escolas regulares é de 79.077, tendo aumentado 74% em apenas seis anos.

Máximo continua nos 30

O diploma que estabelece as novas regras para a constituição de turmas é assinado pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, e pelo secretário de Estado da Educação, João Costa. O número máximo de alunos por turma continuará a ser o que foi determinado por Nuno Crato: 25 no pré-escolar; 26 no 1.º ciclo; e 30 nos 2.º e 3º ciclos.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A música é o verbo do futuro.(Vítor Hugo)

Uma viagem sonora pelo mundo fora: nesta oficina vamos tocar instrumentos e músicas vindos dos quatro cantos do planeta. Timbres pouco usuais, ritmos intensos, melodias com escalas a que estamos menos habituados, diferentes formas de fazer música. No início, um concurso informal mostra-nos algumas das muitas músicas que se fazem pelo mundo fora. Os participantes testam assim o seu conhecimento da música do mundo ao mesmo tempo que tomam contacto com toda a riqueza tímbrica, rítmica e melódica que estas músicas têm. Em seguida iremos viajar por alguns continentes, conhecendo os seus instrumentos e tocando ritmos e canções que fazem parte da identidade de cada povo. Sem sair da sala, uma volta ao mundo em, pelo menos, 80 sons.

Criação e interpretação António-Pedro e Nataniel Melo

Nas oficinas da Fábrica das Artes as crianças até aos 7 anos devem estar acompanhadas por um adulto portador de bilhete. Crianças até aos 3 anos têm entrada livre. Crianças a partir dos 4 anos deverão ter um bilhete de concerto ou recinto. A participação nas oficinas é sujeita a inscrição prévia através de: Tel:213 612 889

Email fabricadasartes@ccb.pt ou diretamente no Espaço Fábrica das Artes/Jardim das Oliveiras
23 e 24 Abril 2016 | 10:30 | 14:00 | 17:00
Espaço Fábrica das Artes
M/7 e famílias

Duração 90 Minutos | Entrada livre mediante inscrição prévia

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Aproveitar um bom conselho requer mais sabedoria do que dá-lo.(John Collins)

"Desgraça valeu a J. M. Coetzee o seu segundo Booker Prize, em 1999. É um romance sombrio, da África do Sul pós-apartheid.   David Lurie, 52 anos, professor universitário na Cidade do Cabo, é expulso da Universidade por causa de um affair sexual com uma aluna. Decide então ir viver para a quinta da sua filha Lucy, uma ex-hippy que se convertera à terra. É ela que trata da herdade e tenta viver o melhor que pode a sua relação com os vizinhos negros. A determinada altura, a quinta é assaltada por três homens que violam Lucy, fecham o pai na casa-de-banho, vandalizam a casa e pegam-lhe fogo. O mundo de David Lurie desaba por completo. Como irá ele sobreviver-lhe? Apesar de passado na África do Sul e de alguns dos episódios descritos nos trazerem à memória a actual crise do Zimbabwe, da qual o romance foi como que uma espécie de presságio, ""Desgraça"" é uma metáfora ácida sobre o mundo dos nossos dias escrito sem moralismos de qualquer espécie."

quarta-feira, 13 de abril de 2016

...retirar as pessoas com deficiência da situação de pobreza...

Medida é uma entre várias que Portugal levou ao Comité das Nações Unidas dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que está a avaliar a situação portuguesa nesta área.

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência chefiou
a delegação portuguesa a Genebra DANIEL ROCHA (ARQUIVO)


A criação de balcões de atendimento especializados em questões de deficiência, contratação de intérpretes de língua gestual no Serviço Nacional de Saúde ou medidas fiscais mais vantajosas são algumas das propostas que o Governo quer implementar nos próximos anos.

As medidas surgem na sequência da primeira avaliação de Portugal pelo Comité das Nações Unidas dos Direitos das Pessoas com Deficiência à implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.


Portugal está sob avaliação e na terça-feira e hoje teve lugar, em Genebra, na Suíça, a primeira sessão de avaliação, já que esta é a primeira vez, desde a ratificação da convenção em 2009, que Portugal é submetido a este processo de monitorização.

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, que chefiou a delegação portuguesa, anunciou que "Portugal está fortemente empenhado em garantir a mais elevada protecção de todos os direitos humanos".

Nesse sentido, sublinhou que é intenção do Governo lançar para os próximos anos uma série de medidas, sendo uma dessas medidas os Balcões da Inclusão, ou seja, postos de atendimento especializados em questões da deficiência que estarão disponíveis em todos os serviços da Segurança Social.

Por outro lado, pretende contratar intérpretes da língua gestual para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como criar medidas fiscais mais vantajosas para as pessoas com deficiência, além do lançamento do sistema de apoio à vida independente.

De acordo com a secretária de Estado, outra das prioridades "para os próximos meses" é a regulamentação do Código do Trabalho, com vista a uma promoção da justiça no trabalho para as pessoas com deficiência.

Ana Sofia Antunes frisou que a inclusão de quotas para pessoas com deficiência na administração pública está regulamentada por lei desde 2001, faltando, no entanto, que seja uma realidade.

Defendeu, nesta matéria, que a administração pública seja um exemplo para que o regime de quotas possa ser alargado ao sector privado.

De acordo com a governante, a protecção das pessoas com deficiência é uma preocupação central do sistema de segurança social, frisando que existem várias prestações pecuniárias com vista a proteger crianças, jovens e adultos com deficiência, quer de carácter contributivo, quer não contributivo, que são complementadas por uma rede de estabelecimentos e serviços com respostas sociais dirigidas especificamente a estas pessoas.

Ana Sofia Antunes reafirmou que é intenção do Governo lançar várias medidas "verdadeiramente promotoras de inclusão", mas que para esse objectivo ser concretizado é preciso conhecer a realidade das pessoas com deficiência, saber onde estão e "o que é necessário para melhorar a sua situação".



Revelou que o Governo está a preparar um Livro Branco que faça um retrato da situação actual e do qual irá resultar a Agenda Nacional para as Pessoas com Deficiência, medida a implementar durante a actual legislatura.



Apesar das várias medidas anunciadas, a secretária de Estado admitiu que é necessário melhorar o regime de protecção, adiantando que este está em fase de revisão e tem três objectivos essenciais: melhorar a protecção social, retirar as pessoas com deficiência da situação de pobreza e promover a empregabilidade.