segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Vê duas vezes para veres com exactidão; vê apenas uma vez para veres com beleza.(Henri Frédéric Amiel)

Os dados que recolheram mostram que 84% das escolas privadas que estavam no top em 2003 mantiveram-se aí em 2010. Em relação às públicas só aconteceu com 46%. E no extremo oposto verificou-se exatamente o contrário, com mais escolas estatais a permanecer na cauda dos rankings. O que é que esta evolução nos diz?
Em primeiro lugar, é preciso ter consciência de que a informação dada pelos rankings se baseia apenas nas médias dos alunos que vão a exame como internos. Não têm em conta informações relevantes para avaliar a qualidade da escola como a percentagem de estudantes que vão a exame, dos que passam, características da população de cada estabelecimento e que condicionam os resultados que é possível obter ou outras componentes do ensino que são importantes e que não são avaliadas em exame. Dito isto, o alargamento do fosso entre os lugares no ranking das escolas privadas e públicas é um sinal de que as primeiras têm mais capacidade de seguir estratégias que lhes garantam estes bons lugares.

Como por exemplo?
Têm a possibilidade de mexer no corpo docente, de escolher os alunos que querem e em termos de organização da própria escola têm mais capacidade de definir os seus recursos e reforçar uma determinada disciplina, por exemplo. Ainda que a autonomia nas públicas tenha aumentado um bocadinho, estas têm sempre a limitação dos recursos disponíveis e que é muito maior do que no sistema privado.
(…)
Como podiam ser melhorados?
Perceber o sucesso dos alunos de cada escola no ensino superior, o que exige ligar os dois sistemas. Ter mais dados sobre o ensino profissional e vocacional (os rankings baseiam-se só nos cursos gerais). Mas já há informações importantes, nomeadamente no portal Infoescolas do ME. Um dos indicadores que lá está é o resultado do estabelecimento de ensino em função do seu contexto socioeconómico e que permite ver se está a produzir resultados melhores do que seria de esperar ou não. Não chega estar bem classificada no ranking para se poder dizer que é uma boa escola. É preciso olhar para o que acrescenta nos alunos que recebe.


Sem comentários:

Enviar um comentário