sexta-feira, 27 de novembro de 2015

“Não basta só uma atitude assistencial, é necessário que se escute, na primeira pessoa..."

Bragança, 26 nov 2015 (Ecclesia) – A diocese de Bragança-Miranda considera essencial que as comunidades se empenhem mais na integração social e eclesial das pessoas com deficiência.
Numa nota pastoral divulgada no âmbito do Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa, enviada hoje para a Agência Ecclesia, D. José Cordeiro sublinha que “as pessoas com deficiência continuam a fazer parte dos muitos excluídos da sociedade e de muitos lugares eclesiais”.
Apesar de já se encontrarem “sinais positivos” de mudança, por exemplo quanto ao cuidado com a “acessibilidade” das pessoas com deficiência aos edifícios, monumentos, escolas, transportes públicos ou ao traçado da via pública, o prelado frisa que “ainda há muito a fazer”.
Sobretudo no cuidado com as pessoas que “vivem na família e nas aldeias, vilas e cidades do Nordeste Transmontano”, refere.
D. José Cordeiro exorta as comunidades católicas da região, nas paróquias, unidades pastorais, movimentos e todas as famílias, a cuidarem “destes irmãos com ternura e inteligência pastoral, nos gestos e nas novas linguagens, na catequese, na liturgia e na caridade”.
“Não basta só uma atitude assistencial, é necessário que se escute, na primeira pessoa, o testemunho de quem, vivendo com uma deficiência, possa experimentar na sua vida concreta, a par dos sofrimentos, a alegria que nasce da misericórdia de Deus”, sustenta o bispo.
O responsável católico lembra que todas as pessoas, “por diferentes razões e em qualquer momento da vida”, podem ficar portadoras de uma deficiência.
“Essas limitações nem sempre podem ser ultrapassadas” mas “a vida é o precioso dom da Graça de Deus, por isso, cada pessoa é chamada a vivê-la como uma bênção e nunca como um castigo ou desgraça”, aponta o prelado, recordando o apoio que é preciso dar também a quem cuida dos mais frágeis ou carenciados da sociedade.
Neste âmbito, o bispo de Bragança-Miranda saúda o esforço e dedicação de todas as instituições que, dia-a-dia, cuidam das pessoas portadoras de deficiência.
Agradece ainda “o trabalho de tantos médicos, profissionais e técnicos de saúde, terapeutas e muitos colaboradores e voluntários que trabalham ao serviço do bem comum e da dignidade da pessoa humana nestas casas especializadas”.
Desde março de 2014 que a Diocese de Bragança-Miranda conta com um Serviço Pastoral orientado para as Pessoas com deficiência.
D. José Cordeiro espera contar com o envolvimento de todos no desenvolvimento desse “esperançoso serviço”, salientado que “a pastoral da saída missionária exige que a Igreja, na sua solicitude, seja sempre casa de inclusão e, como mãe, abrace a todos”.
JCP



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