terça-feira, 14 de janeiro de 2014

"Não admitas 'à priori' nada que possas verificar." (Rudyard Kipling)

Quando as análises são negativas

 Foi publicado recentemente no European Journal of Gastroenterology and Hepatology um estudo de uma equipa de investigadores espanhóis que vem reforçar duas noções: uma, os familiares de primeiro grau de doentes celíacos, ainda que assintomáticos, devem ser rastreados para a doença; duas, não basta fazer as análises de anticorpos- neste estudo em concreto, concluiu-se que uma combinação de análise genética (genotipagem) e biópsia do duodeno foi mais eficaz a detectar os casos de doença do que as análises aos anticorpos.

Convém sempre lembrar que uma análise positiva indica uma reacção ao glúten (e em valores suficientemente altos pode ser o suficiente para estabelecer o diagnóstico, dispensando a biópsia), mas uma análise negativa não quer dizer muito, especialmente se houver casos de doença celíaca na família e/ou sintomas. Infelizmente, a maior parte dos médicos fica-se pelas análises e deixam passar muitos casos desta doença- neste estudo, entre 67 dos familiares estudados, 25% tiveram análises positivas, no entanto, quando submetidos a biópsia duodenal, 48% tinham alterações histológicas. Se os médicos se tivessem ficado pelas análises, 23% não tinham sido diagnosticados. Da mesma maneira, foram feitos diagnósticos de doença celíaca com os graus 1, 2 e 3 na escala de Marsh.

Os autores do estudo concluem, dizendo “[A] estratégia de diagnóstico com base na genotipagem HLA-DQ, seguida por uma biopsia duodenal aos familiares positivos, pode ser uma alternativa para detectar [familiares de primeiro grau] com alterações na mucosa duodenal, independentemente dos resultados de testes sorológicos."





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