quarta-feira, 31 de julho de 2013

"Não é a injustiça em si mesmo que nos fere, é o sermos vítimas dela." (Pierre Nicole)

(…)
O caso da Educação Especial é um belo exemplo. De um decreto exigente (n.º 95/97), que uns respeitaram, a um despacho permissivo (n.º 866/2013), que outros aproveitaram, vai apenas o poder discricionário do pequeno secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar. Professores com formação sólida e prática longa nas diferentes vertentes da Educação Especial estão a ser ultrapassados por colegas, oriundos de outros grupos de recrutamento, com especializações bem menos exigentes e sem prática no sector. Pelo meio, reclamações sobre o mesmíssimo problema decididas pelo ministério de forma oposta, recurso a tribunais e a deputados, que expressam indignação mas nada fazem, e a confiança no Estado reduzida a zero.

(…)
(Público de hoje)

"Nenhum dia é festivo por ter já nascido assim: seria igualzinho aos outros se não fôssemos nós a «fazê-lo» diferente."(José Saramago)

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A recriação histórica "Viagem Medieval", que decorre na Feira de quinta-feira até 11 de agosto, lança nesta edição dois dias de atividades traduzidas em linguagem gestual, numa prática que a organização defende ainda estar "pouco trabalhada em Portugal".
Uma das organizadoras do evento é a Câmara Municipal da Feira, cuja vereadora do Turismo explicou à Lusa que a medida surge no seguimento de uma estratégia de acessibilidade para todos que começou por privilegiar a eliminação de barreiras arquitetónicas para cidadãos com mobilidade reduzida e agora quer atenuar também os entraves a uma "total inclusão" por parte da comunidade surda.
"Pelo que nos dizem as estatísticas nacionais e internacionais, temos noção de que essa comunidade é grande e que muitas vezes não participa neste tipo de iniciativas porque não pode tirar partido delas", declara a autarca.

Agência Lusa

terça-feira, 30 de julho de 2013

Habemus Papam

(Público de hoje)

Bem-vindo! A inclusão precisa de todos!

Falou sobre a homossexualidade como nenhum Papa tinha falado antes, dando um sinal de abertura que prolonga as mensagens que deixou ao longo de uma bem sucedida viagem ao Brasil. Ao afirmar que a Igreja deve aceitar os homossexuais que procuram Deus, Francisco deixou claro que o seu papado será de abertura ao mundo e de inclusão. Sinais encorajadores que reforçam a relevância do papel da Igreja para cristãos e não-cristãos.
(Público de hoje)

"Todo o gesto é um acto revolucionário." (Fernando Pessoa)


O ex-presidente dos EUA George H.W. Bush, pai de George W. Bush, acaba de rapar o cabelo em solidariedade a um menino norte-americano de dois anos que ficou careca devido ao tratamento contra a leucemia. 


A notícia foi avançada pelo próprio gabinete de imprensa de Bush, que revelou fotografias do ex-político na sua casa de Verão no estado do Maine, já de cabeça rapada, com o pequeno Patrick, filho de um dos seus seguranças, também sem cabelo sentado ao seu colo.

O objetivo deste gesto foi apoiar a criança, que sofre da mesma doença que, há quase 60 anos, tirou a vida a Robin, filha de George H.W.Bush e da sua mulher, Barbara.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

"O homem descobre-se quando se mede com um obstáculo." (Antoine de Saint-Exupéry)

Jaru: Deficiente físico craque em futebol da exemplo de superação
“Nunca deixei minha deficiência física ditar regras em minha vida” é desta forma que pensa e age Edinelson Marcos Reis, 29 anos, que apesar de não possuir as duas pernas, leva sua vida normalmente e ainda é um ótimo jogador de futebol.
Edinelson, que nasceu com esta deficiência, conta que começou a superar seu problema físico, já na infância, após conquistar uma garota no colégio, deixando muitos de seus amigos para traz. Ele disse que tinha quase 12 anos e aquela que se tornou sua namorada por um bom tempo, tinha 16. De lá para cá, Edinelson, diz que na questão amorosa não tem do que se queixar, tendo nos relatado diversas conquistas, mas afirmando estar hoje, muito bem, com a jovem Erika Gomes, em um relacionamento que já dura mais de um ano.
Mostrando que sua vida não sofre nenhuma interferência devido suas limitações físicas, Edinelson, trabalha, dirige seu automóvel adaptado, frequenta baladas e até joga futebol com seus amigos. Acompanhamos neste final de semana, uma destas partidas, onde presenciamos Edinelson, marcando diversos gols, também vimos que os jogadores não dão moleza a ele, realizando marcação acirrada pois senão suas jogadas resultam em belíssimos gols.
Para jogar futebol com as mãos Edinelson, desenvolveu uma forma para lidar com a bola, ele não a segura, apenas da toques como os jogadores fazem com os pés, e no momento certo, “a chuta” usando as mãos.
Ao final Edinelson, deixa uma mensagem as pessoas que sofrem em decorrências de deficiências físicas, seja ela de nascença ou adquiridas em acidentes, que busquem da melhor forma dentro de suas limitações viver normalmente, pois a vida é muito boa e tem que ser bem vivida independente das condições enfrentadas, já as pessoas normais que reclamam da vida, Edinelson preferiu não comentar.
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domingo, 28 de julho de 2013

Não há ventos favoráveis para quem não tem rumo definido (Séneca, adaptado)

 (…)
Quando colocamos as escolas a pensar apenas nos exames, o risco é grande. É provável que desapareça a curiosidade dos alunos de aprenderem para além dos testes. É quase certo que o professor depressa se desinteressa em inspirar novos caminhos. Daqui resulta um empobrecimento do currículo real, em que as aulas passam a ser centradas em competências para responder aos testes finais, sem que haja espaço para o ensino da inteligência emocional, do compromisso social ou da educação moral. Por isso, a escola se centrará cada vez mais em ensinar aquilo que supõe ir ser questionado no exame, com a consequente quebra na educação global.
(…)

A verdade é que o bem-estar emocional se correlaciona com resultados escolares positivos. Também se sabe como um bom clima escolar e uma adequada organização da sala de aula conduz a melhores classificações. Sabemos que nada disto acontece em muitas das nossas escolas, por diversas razões. Em primeiro lugar, nem sempre os professores mais experientes para lidar com situações difíceis são colocados em zonas problemáticas. Depois, porque as escolas não desenvolvem, na maioria dos casos, políticas educativas de envolvimento das famílias, com discussão participada dos valores em jogo nas comunidades, única forma de se promover uma cultura de respeito recíproco entre alunos, pais e professores. A disciplina da escola tem de ser construída em conjunto por todos, de modo a transformar o clima da sala de aula num ambiente onde a aprendizagem e o respeito mútuo sejam a regra.
(Público de hoje)

"Se não se tem um bom pai, é preciso arranjar um." (Friedrich Nietzsche)

O papel e a intervenção da escola em situações de conflito parental
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sábado, 27 de julho de 2013

"Contento-me com pouco, mas desejo muito." (Miguel Cervantes)

Rede Do Ensino Vocacional Para 2013-14

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Até quando isso é notícia?

Hosana Gabriela e Dudu, que estão juntos há dois anos tem da Síndrome de Down. Mesmo com todas as dificuldades, eles decidiram uma coisa simples: querem ser felizes juntos.
Hosana e Dudu se conheceram na APAE (Associação Pais e Amigos dos Excepcionais) de Búzios (RJ). Ele diz que se apaixonou no momento em que a viu pela primeira vez. No entanto, ela não percebeu seu interesse e começou a namorar outro rapaz. O romance durou pouco e, quando Dudu soube, ligou para Hosana perguntando se poderia visitá-la. Os dois acabaram se tornando grandes amigos e, com o tempo, namorados. Eles estão noivos e prestes a subir ao altar.



sexta-feira, 26 de julho de 2013

Golo de bandeira



Além da grande componente tecnológica – “Tudo desenvolvido em casa”, frisa António Ferreira, diretor técnico do Benfica –, não estão esquecidos os deficientes: foram estabelecidos protocolos com a Associação dos Cegos e Amblíopes e a Associação Portuguesa de Surdos para que ninguém seja privado de conhecer o mundo Benfica.

Talvez alheada do real, agora autista...

A visita de Francisco ao Brasil, um gigante que perdeu milhões de fiéis, é o princípio de uma estratégia


Com lucidez e grande capacidade de autocrítica, o Papa Francisco resumiu em 2009 o problema da Igreja Católica: “A uma Igreja que se limita a administrar o trabalho paroquial, que vive fechada na sua comunidade, acontece-lhe o mesmo que a uma pessoa fechada: atrofia-se física e mentalmente. Ou deteriora-se como um quarto fechado, onde o mofo e a humidade se expandem. A uma Igreja auto-referencial acontece-lhe o mesmo que a uma pessoa auto-referencial: fica paranóica, autista.”
(Público de hoje)

"Se amanhã quiser ser um grande profissional, comece hoje a ser um grande aprendiz." (Inácio Dantas)

CURSO GUIAS DE TURISMO ACCESIBLE EN SEVILLA

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quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Não existem esforços inúteis, Sísifo ganhava músculos." (Roger Caillois)


A prática regular de exercício físico pode reduzir o risco de os indivíduos virem a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). A conclusão é de um novo estudo desenvolvido por investigadores norte-americanos, que analisou o maior e mais diversificado grupo de homens e mulheres já estudado neste âmbito nos EUA.


A equipa da University of Alabama at Birmingham analisou dados de 27.000 pessoas, homens e mulheres, de raça negra e caucasiana, com idade igual ou superior a 45 anos e que nunca tinham sofrido um AVC, dados esses que foram recolhidos durante uma espécie de censo denominado REGARDS - Reasons for Geographic and Racial Differences in Stroke. 


Os especialistas dividiram os participantes em três grupos, um relativo aos que se podiam classificar como inativos (ou seja, que não faziam qualquer exercício físico numa semana normal), outro aos moderadamente ativos (que faziam exercício uma a três vezes por semana) e outro aos vigorosamente ativos (mais de quatro vezes por semana), acompanhando-os, em média, ao longo de 5,7 anos. 

Os resultados da investigação mostraram que a falta de atividade física relatada por 33% dos participantes estava associada a um risco 20% superior de vir a sofrer um AVC. Pelo contrário, os mais ativos, que faziam exercício, pelo menos, quatro vezes por semana, apresentavam menores hipóteses de ter um destes episódios (embora entre as mulheres a relação entre o AVC e a frequência da atividade física se tenha revelado pouco clara).

quarta-feira, 24 de julho de 2013

"Agradecidos são aqueles que ainda têm algo a pedir."(Pitigrilli)

Obrigado a todos os leitores!

"...toda a avaliação é um produto do que é avaliado pela esfera cognitiva de quem avalia" (Arthur Schopenhauer)

 (...)
Com a mesma lógica de análise do Ministro Nuno Crato, a defesa da qualidade, e dada importância fundamental do seu exercício para todos nós, também a formação dos políticos merece uma enorme preocupação. Assim, parece-me imprescindível que os candidatos ao exercício de funções políticas também fossem submetidos a um exame de ingresso na carreira para garantir, tal como se pretende com os professores, que apenas os melhores tenham acesso ao desempenho profissional. Esta exigência é tanto mais pertinente quando todos sabemos que as universidades onde se adquirem boa parte das competências políticas são as "Jotas" cuja qualidade de ensino é muito fraquinha, por assim dizer.
De forma desinteressada, apenas com genuíno espírito de colaboração, sugiro que os candidatos a actores políticos possam responder a três provas com a estrutura seguinte e paralela à que em tempos foi sugerida para os professores:
. Exame escrito de Língua Portuguesa avaliando o “domínio escrito da L.P. tanto do ponto de vista da morfologia e da sintaxe, como da clareza de exposição” e também a organização de ideias, além da “capacidade de raciocínio lógico”.
. Exame escrito de competências técnicas e científicas envolvendo, entre outros conteúdos, a capacidade de elaboração de promessas a partir de um tema, a capacidade de comentar demagogicamente um texto, a elaboração de cinco opiniões diferentes a partir de um facto, a citação, de forma organizada, de dois nomes reconhecidos na área económica, cultural, científica e política, etc.
. Exame oral avaliando o domínio de uma língua estrangeira para além do “portunhol”, a elaboração de uma apresentação em “powerpoint” em três versões sobre um tema e, finalmente, defender uma ideia e o seu contrário no tempo limite de cinco minutos com "pose de estado", seja lá isso o que for.
No caso, pouco previsível, aliás, de chumbos nestes exames, os candidatos serão encaminhados para uma via profissional onde poderão preparar-se para uma nova oportunidade.
Creio que teríamos basicamente a mesma classe política mas, dado fundamental, com Diploma de Qualidade. A sério, acho que é de considerar o lançamento de uma petição com este objectivo.



"A mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil ao maior número de pessoas." (Montaigne)


No âmbito da Educação Especial, a inclusão e o sucesso educativo concretizam-se através da organização de recursos em serviços e programas específicos, nomeadamente:



segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Meu Deus, como ficam / sozinhos os mortos!" (Gustavo Bécquer)

Crianças foram mortas por pesticida concentrado

Almoço que matou 23 alunos de escola do estado indiano de Bihar foi cozinhado com óleo contaminado
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Resultados preliminares confirmam que a refeição gratuita servida numa escola na Índia que matou pelo menos 23 crianças estava contaminada com pesticida altamente concentrado, em níveis cinco vezes mais elevados do que o usado comercialmente. A investigação forense concluiu que o óleo com que a refeição foi preparada tinha sido armazenado num recipiente que continha pesticidas.
A cozinheira da escola do estado de Bihar, no Nordeste do país, terá alertado a directora, enquanto preparava a comida na terça-feira, para a aparência e cheiro estranho do óleo. Mas esta ignorou o alerta, dizendo que o óleo tinha vindo da loja do seu marido.
A funcionária disse à polícia que fora forçada a cozinhar pela directora, Meena Kumari, que poderá ser julgada por homicídio por negligência. O magistrado Abhijit Sinha disse à BBC que se a ela não se entregar, o mais provável é que os seus bens e propriedades sejam apreendidos.
O insecticida monocrotofos é um organofosfato usado como pesticida da agricultura e que quando ingerido é muito tóxico. “Normalmente dilui-se em cinco litros de água. É altamente venenoso e tóxico”, sublinhou o magistrado.
O óleo estava de tal forma contaminado que as crianças estranharam o sabor, mas foram obrigadas a comer o arroz, batatas e feijões de soja. Pouco depois, começaram a ter dores de estômago, a vomitar e a ter convulsões, mas a directora da escola demorou duas horas a reconhecer a ligação entre a refeição e a intoxicação.
As crianças que morreram tinham entre quatro e 12 anos. O número oficial de mortos é 23, mas o jornal Times of India refere já 27 crianças.
A comida foi servida no âmbito do programa Refeição a Meio do Dia, que permite a 120 milhões de crianças terem uma refeição gratuita. O controlo de qualidade, no entanto, é fraco ou inexistente.
O governo estadual anunciou indemnizações de cerca de três mil euros às famílias das crianças mortas.


Que bonito é ser artista ... ver as coisas mais além ... do que alcança a nossa vista (A. Aleixo)


A letra da jovem Anna Vives, portadora de Síndrome de Down, estará nas camisas que o Barcelona vestirá quando enfrentar o Santos pelo troféu Joan Gamper, que ocorrerá no próximo dia 2 de agosto. A menina é a estrela do projeto BOX 21, da Fundação Itinerarium, que desenvolve ferramentas para integrar melhor as pessoas e permitir que todos possam se expressar igualmente.
Anna Vives é uma artista responsável por criar novas tipografias – desenho de letras – no projeto social e disponibilizá-las em produtos cujas rendas são revertidas para portadores de Down. Após a partida contra o Santos, os uniformes do Barcelona serão autografados e leiloados no eBay no dia 3 de agosto e o dinheiro arrecadado será repassado para a causa.
Uma destas fontes já foi usada no capacete do piloto Jorge Lorenzo, no grande prêmio da Catalunha de MotoGP, com frases de incentivo, como “pensamento positivo”. Coincidência ou não, o espanhol venceu a corrida e subiu no pódio com Anna – chegando a carregá-la no colo durante sua comemoração.

Em seu Twitter oficial, ela reproduziu uma imagem com o desenho das camisas que Messi, Iniesta e Neymar irão utilizar contra o time brasileiro.
Clique para aceder ao trabalho desta Fundação


domingo, 21 de julho de 2013

"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar." (Abraham Lincoln)

A Crítica como recurso pedagógico
Na esteira de meu artigo Crítica, espírito crítico e outras obviedades, fui interpelado por muitos pais que, do ponto vista pedagógico, se interessaram pelo tema, principalmente no que tange ao seu papel de educadores. Principalmente quando frente a seus filhos adolescentes, por exemplo, nos quais o espírito crítico já se encontra num estado tão crítico, que permitam o trocadilho, parecem um caso perdido.
Por um lado é desgastante ao pai ou a mãe diariamente executar esse papel de agente “apontador de defeitos” frente à conduta de seus filhos, que no auge da adolescência, pendem para o intolerável, ou nas palavras de uma leitora:
“Meus filhos adolescentes são imãs para encrenca – desde a vida escolar até aos hábitos de higiene – é uma batalha diária e sem tréguas. Tudo tem que ser apontado e reiterado, senão a opção sempre é feita pela pior conduta.”
Por outro lado, o adolescente é excelente em criticar sem a menor piedade o comportamento dos pais e se aproveitar como muita propriedade dos erros dos adultos como desculpa para “escapar do controle” e então adotar o comportamento mais desastroso possível.
Evidentemente esse tema é gigantesco e extremamente complexo.
Não tenho aqui a menor pretensão de apresentar soluções milagrosas, quando muito, quero apenas efetuar, como sempre, um humilde convite à reflexão.
É claro que depois de instalado o problema de pouco adianta buscar culpados.
Geralmente, muitos pais relapsos tendem a desaguar na escola os descalabros da precária educação dada aos filhos e evidentemente cabe ao professor a dura tarefa de operar milagres.
É uma obviedade de longa data que a boa relação familiar é um fator preponderante na construção de uma educação saudável e construtiva, bem como a edificação de uma vida mais fecunda e profícua.
É nessa boa relação, que se destaca a capacidade de uma família de bem exercer o espírito crítico, tanto na arte de fazer a crítica quanto na de recebê-la. E para isso se exige uma série de atributos que quero novamente aqui destacar:

• Humildade e lisura;
• Senso de humanidade;
• Tato e polidez;
• Adequação;
E acima de tudo:
• Conhecimento.
Não há como criticar algo que não se conhece:
Por isso, pais e educadores: – estudem o assunto! E procurem conhecer seus educandos.
Existe vasta bibliografia sobre a pedagogia na adolescência e vamos fazer uso dessa inteligência distribuída para construirmos uma educação adequada para nossos filhos.
Quanto à aplicação da crítica:
Muitos pais tendem a simplesmente criticar a conduta mais evidente e estabelecer um controle férreo dos efeitos, do tipo:
- Sente direito. – Arrume seu quarto. – Lave as mãos. – Escove os dentes – Estude!
Etc. etc. etc.
Num processo autofágico que leva ao desgaste e promove no educando uma espécie de amortecimento: – Além de não ouvir mais a crítica, faz ouvidos moucos a tudo que esses pais ou educadores falam.
Novamente no jargão popular se encontra mais uma obviedade, não menos útil:
“Uma pitada de exemplo vale um barril de conselhos”.
Para educar um filho, não use apenas palavras, mas principalmente o seu exemplo.
Existem, também, os pais que tudo toleram e não criticam os filhos em nada, como que imobilizados pelo receio de traumatiza-los.
Dessa forma abandonam seus filhos ao domínio de seus próprios caprichos infantis, produzindo para si e para a sociedade pequenos tiranos, cujo egocentrismo compete com sua completa falta de capacidade de se relacionar com o outro de forma saudável e produtiva.
Outra obviedade:
Para se estabelecer esses limites tão importantes ao processo pedagógico o pai e a mãe devem estar presentes. Não apenas fisicamente. Mas presentes de corpo e alma. Presentes como entidade e categoria moral, portadores e praticantes de um conjunto de valores que lhes são essenciais.
Os pais não devem figurar apenas como provedores materiais, relegando sua família a uma espécie de indigência moral, que só a mais cruel orfandade é capaz de produzir.
Infelizmente eu conheço uma porção de adolescentes que são órfãos de pais vivos. Jovens que sobrevivem desde tenra idade a esse tipo de abandono que é o mais destrutivo de todos.
Presenciamos diariamente a rotina de muitas famílias, que na busca pelo ter, acabam esquecendo o ser e caem cativos nos frutos armadilhas do consumismo e, sem tempo para viver, são incapazes de conviver, tratando-se com a indiferença dos simples conhecidos, que são na verdade meros desconhecidos, ou na melhor das hipóteses, inimigos íntimos.
É preciso deixar patente, que o reverso do amor não é o ódio! – e sim a indiferença!
Quando se entende que a crítica que é realizada com propriedade busca sempre a melhoria e a evolução – se entende também que essa crítica em sua essência é também um gesto de amor.
Um bom crítico literário, por exemplo, ama a literatura.
E é preciso aprender a fazê-la e é preciso aprender a recebê-la. Para o bem de nossos filhos e para o bem de toda a humanidade.
Para concluir, apresento aqui uma vivência da minha infância, que ilustra muito bem o que eu gostaria de dizer.
Aos dez anos de idade eu já gostava de aplicar piadas práticas em meus colegas de ginásio. Uma, que me marcou em especial, envolvia um binóculo e uma almofada de carimbo.
Era uma “pegadinha” muito simples. Consistia-se em sujar as oculares do binóculo na almofada de carimbo e deixá-lo displicentemente sobre uma carteira ao lado da janela.
Não demorava muito e um colega desavisado ao ver o binóculo, não resistia e já se prontificava em experimentá-lo sem pedir permissão – e pronto, ficava com o rosto carimbado com espalhafatosos “olhos de coruja”.
O tiro saiu pela culatra quando nosso professor de matemática (o mais severo e disciplinador de todos) aproximou-se da tal carteira, e antes que pudéssemos adverti-lo, tomou o binóculo e fez uma longa observação de toda a paisagem ao alcance da janela, elogiando, inclusive o poder de zoom do aparelho.
A sala caiu num silêncio sepulcral. E ele, sem perceber que sua face ficara marcada, prosseguiu tranquilamente com sua aula.
Petrificado pelo medo, não consegui juntar um grama de coragem para avisá-lo. E penso que aconteceu o mesmo com o resto da classe.
Na manhã seguinte, resignado, eu já esperava por uma suspensão ou coisa pior.
No entanto o jovem professor nos surpreendeu com um bom humor inédito, contando com muitas gargalhadas que por fim trabalhara os três turnos com “seus olhos de coruja” sem perceber que caíra na “pegadinha”.
 Só quando chegara a sua casa que avisado pela esposa, tomou consciência de que servira de piada para todos da escola, nos três turnos em que trabalhara frente a tantos jovens.
Ao término da aula, com a consciência muito pesada, fui me desculpar. Afinal ele não merecia aquele tipo de brincadeira.
O jovem professor, no entanto, sem nenhum pingo de condescendência ou autocomiseração se limitou a me tranquilizar e agradecendo-me disse:
- Graças à sua brincadeira eu descobri que nessa escola, nesses anos todos, eu não consegui fazer nenhum amigo.
Até hoje estou remoendo essa lição.

sábado, 20 de julho de 2013

NON NOVA, SED NOVE





O velho símbolo internacional de acessibilidade que mostrava um personagem estático numa cadeira de rodas foi substituído por um personagem em movimento. Esse símbolo foi adotado oficialmente em Nova York.

Após vários anos de pedidos de mudança, os designers do Gordon College, em Massachusetts, criaram um novo símbolo, com um personagem dinâmico, ativo, independente, com os braços prontos para qualquer ação.

“É algo bem voltado para o movimento”, disse Victor Calise, Comissário do Gabinete do prefeito de Nova York para Pessoas com Deficiência, ao jornal The Chronicle of Higher Education.

Calise, que ficou paraplégico em um acidente de bicicleta aos 22 anos, planeja começar a mudança do logotipo neste verão, em Nova York.