sábado, 14 de abril de 2012

salvaraescola.com ... quem estiver disponível

"Vermelho como o céu" 
(...)
Todas as escolas incorporaram a "inclusão" no discurso. Na prática, são escolas inclusivas não-praticantes. A "olhómetro", a tia arriscou a sentença: A sua filha deve ser disléxica. Leve-a a um psicólogo.
Depois de muito dinheiro gasto na psicóloga, a mãe da Rita entregou um relatório à professora. A psicóloga recomendava que se ajudasse a aluna a elevar a sua auto-estima. Na prova seguinte, a vermelho, a Rita recebeu da tia a sua primeira "ajuda": Tens de estudar mais. Assim nunca vais conseguir passar de ano.
A mãe insurgiu-se, protestou. No ano seguinte, a Rita foi transferida para outra escola, porque... "não havia vaga".
O discurso que apela à integração dos diferentes nas escolas ditas regulares não basta. Não basta assegurar o direito à inclusão; é preciso assegurar a inclusão. A sabedoria popular tem sempre razão: o pior dos cegos é aquele que não quer ver. E, porque há quem recuse ver, em nome da inclusão, eu tenho visto cometer actos de segregação.
O Almada Negreiros escreveu: Quando eu nasci, todos os tratados que visavam salvar o mundo já estavam escritos. Faltava apenas uma coisa: salvar o mundo. Quando me fiz professor, todos os tratados que visavam salvar a Escola já estavam escritos. Só faltava salvar a Escola.

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